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Política de segurança pública e polícia EFICIENTES//Cid Gomes, Lúcio Alcântara, Marcos Cals








OS POLICIAIS DO GEPAR
O Gepar reúne policiais voluntários, com no mínimo um ano de
experiência em atividade operacional, devendo permanecer no grupo por
um período mínimo de dois anos. Esses policiais são treinados pela Academia
de Polícia Militar num curso com duração de 40 horas que abrange diversas
disciplinas entre elas: direitos humanos aplicados à atividade policial; polícia
comunitária; mobilização comunitária; prevenção e controle de drogas, entre
outras. Além disso, os policiais ingressam num curso especial promovido
pelo Crisp/UFMG denominado Estudos Técnicos. Esse curso é direcionado
para os representantes das diversas instituições que integram o Grupo de
Intervenção Estratégica do Fica Vivo! que reúne: policiais do Gepar, policiais
da Polícia Investigativa, policiais da Delegacia Especializada de Homicídios,
além de ter como convidados profissionais do Ministério Público e do Poder
Judiciário. Esse curso treina esses profissionais no uso da metodologia de
solução de problemas; no tratamento, uso, e troca de informações para
fins de planejamento estratégico e monitoramento das atividades que serão
desenvolvidas pelo grupo de intervenção estratégica ao nível de cada
comunidade onde o programa Fica Vivo! é implementado (Estudos Técnicos,
2005). Além desse curso, os policiais do Gepar também participam do
curso de Gestores Comunitários promovido pela Secretaria de Segurança
Pública do Estado de Minas Gerais, onde junto com demais representantes
da comunidade onde atuam desenvolvem um plano de segurança local.
De acordo com a Instrução do Gepar no. 002/05 — CG, em termos
de estrutura o Gepar é distribuído geralmente em três guarnições, cada qual
composta por três policiais que atuam por turno de oito horas. Essas
guarnições estão sob o comando de um tenente e são submetidas de forma
regular ao controle e acompanhamento operacional e administrativo. Os
policiais do Gepar são equipados com instrumentos típicos da atividade policial
militar, tais como colete à prova de bala, armamento de porte, pistola .40,
rádios transmissores, algemas, bastão tipo tonfa, entre outros. Além disso,
por ser a geografia das favelas e aglomerados bastante irregular, com terreno
de topografia acidentada, o Gepar utiliza viatura Troler, ou camionetes. Isso
permite que os policiais possam cobrir uma área territorial que
tradicionalmente era impossível de ser policiada.
A presença diária dos policiais do Gepar nas comunidades das favelas
onde a polícia só entrava para atendimento de ocorrências emergenciais, e
operações repressivas esporádicas, tem despertado à primeira vista
curiosidade e estranhamento mútuo entre policiais e população local, muitas
vezes pautado por preconceitos de ambos os lados. Entretanto, é no cotidiano
das relações entre polícia e comunidade que os olhares de desconfiança mútua
são substituídos por olhares de expectativa de confiança mútua. Os policiais
passam pouco a pouco a ser percebidos pela população como policiais do
Gepar, e diferentes dos outros tipos de polícia, com a função de proteger e
servir a comunidade. Nesse processo, também os membros da comunidade
passam a se tornar familiares aos olhos dos policiais, sendo percebidos não
apenas como aqueles que acionam as chamadas de emergências, mas como
parceiros na produção da segurança pública local.

EDIÇÃO E MONTAGEM: CRSS3
Aracatiara/Amontada/Itapipoca/Itarema

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